Revista Montanhas Edicao Nº 4 - Agosto 2015

para cima é exigente tecnicamente, pois o basalto se alarga. Já a parede da esquerda (Abrolhos) parecia-nos impraticável. O local recebe as águas das duas montanhas e do segundo degrau. Pelo estado das pedras parece virar uma batedeira em dias de chuva, há que se ter cautela. A parede da Torre à direita, parecia ser mais amistosa, de onde seguia a linha de grampos. Por baixo de um pequeno teto havia uma fissura e foi por lá que meu amigo Domingos seguiu. E acredite, no meio do teto, os grampos antigos começaram a se desintegrar na sua mão, justamente quando estava para fazer a virada do teto. Por sorte, ele estava com costuras móveis abaixo. Mesmo assim uma queda ali não seria menos doída e felizmente após muito, mas muito, esforço ele conseguiu passar o lance. Continuamos escalando até chegarmos no colinho, ao anoitecer. Felizes por termos realizado o nosso sonho de escalar aquela via e poder ter visto o que poucas pessoas viram de bonito neste mundo. Além de é claro, sairmos ilesos das roubadas que a via exigiu. Ou melhor, sem nenhuma sequela física, pois a mental nunca passa. Alguns procedimentos de segurança que mencionei neste artigo referem-se à uma época em que os materiais e os conhecimentos técnicos não eram tão difundidos. Nossa base técnica eram os livros e manuais escritos em alemão da década de 50- 60. Nós víamos as figurinhas e por isso o motivo da exposição ao risco, o que é desnecessário nos dias de hoje onde informações, equipamentos e cursos são abundantes. 70 | REVISTA MONTANHAS 3

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