Revista Montanhas Edicao Nº 4 - Agosto 2015

FERROVIA DO TRIGO A Ferrovia do Trigo, no Rio Grande do Sul, inaugurada em 1978 pelo presidente Ernesto Geisel, recebe anualmente milhares de turistas. Entre eles mochileiros e viajantes, que fazem a travessia a pé do sentido Guaporé a Muçum. Essa travessia tem aproximada- mente 52,7 quilômetros. Em todo o trecho da ferrovia do trigo tem 26 pontes, viadutos e 34 túneis. Desses, 21 estão entre Guaporé e Muçum, sendo que saindo de Guaporé o primeiro grande viaduto é o Mula Preta, situado no município de Dois Lajeados. É um dos grandes símbolos da Ferrovia do Trigo. Construído com arrojada tecnologia para a época (anos 60 e 70), tem suas colunas de sustentação feitas em concreto armado, com uma altura máxima de 98 metros no pilar central e os dormentes que sustentam os trilhos, totalmente assentados em estrutura metálica. Seu comprimento é de 360 metros. Outro detalhe interessante, é que o viaduto não possui corrimões nas laterais, fazendo com que os trens que passam por ele fiquem literalmente com grande parte da composição expos- ta ao abismo que o viaduto proporciona. Destaca-se também a construção em formato de curva, para a direita no sentido Guaporé-Muçum, e para a esquerda no sentido Muçum-Guaporé. Vale a pena conferir esta fantástica obra que resiste ao tempo. O valor da estadia é de R$ 20 por pessoa. Aqui o aventureiro tem a possibilidade de confra- ternizar com as demais pessoas e ter aquela troca de experiências. Para melhorar mais a experiência da travessia da Ferrovia do Trigo, é imperdível acordar cedo e ver o amanhecer com serração da serra gaúcha (de preferência em alguma ponte alta). A neblina que aos poucos se eleva da vegetação densa encontrada nos vales, diminui a visão do caminhante a poucos palmos de profun- didade, proporcionando uma sensação de estar caminhando em direção a algum lugar imaginário. Se você esta fazendo a travessia da Ferrovia do Trigo no sentido Guaporé a Muçum, existe um lugar de descanso ao longo da linha férrea, chamado de Casa Recanto da Ferrovia que possui áreas de camping, ban- heiros com chuveiros, bar e internet WI-FI. Ferrovia do Trigo - Foto - Luís H. Fritsch REVISTA MONTANHAS | 61

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