Revista Montanhas Edicao Nº 4 - Agosto 2015
REVISTA MONTANHAS | 39 A primeira vez que conversei seriamente sobre participar de uma expedição de escalada na região foi há aproximadamente um ano. A 4climb pretendia encadenar a “Planeta dos macacos”, porém não pude participar. Desta vez, tudo foi planejado com antecedência e a ideia era concretizar o projeto, que não havia sido concluído no ano anterior. A ideia era encadenar todas as cordadas em estilo alpino, fixando cordas, dormindo no chão e fazendo o ataque final em um só arranque. A equipe era muito forte e experiente, sendo que metade ja havia participado na tentativa anterior. Realmente é uma aula escalar com pessoas que mandam a vista graus que você ainda tem anos luz por mandar. Parti inicialmente de São Paulo, fazendo uma parada na serra do Cipó, para encontrar amigos e entrar no clima. De lá seguimos a Belo Horizonte, de onde partiram dois carros e uma caminhonete, abarrotados com 900 metros de corda, centenas de costuras, mosquetões e muita comida. A viagem foi noturna e de manhã despertamos cedo. Tomamos café da manhã, cumprimentamos outra dupla, que aguardava bom tempo para um projeto desafiador, e seguimos para a rocha. O primeiro dia, trabalhamos oito horas, fixando oito enfiadas. Grande parte das cordadas “fáceis” estava fixada, deixando somente o primeiro “oitavo” grau para ser liberado, especialmente devido a grande quantidade de agarras soltas. O primeiro dia na parede é sempre muito desgastante. As primeiras cordadas são positivas. Eu não tinha muita experiência em jumarear nesse tipo de terreno. Varias frações, bromélias e algumas bolhas depois, mesmo assim, o dia foi encerrado com otimismo. Nodia seguinte a equipe jumareouas cordadas emmenos deduas horas ecomeçaramavoar nas cordadasdenonograu. Adeterminação era grande, mas a via tinha sido pouco escalada e possuia muita coisa solta. Conseguimos libertar todos os movimentos, mas novamente por causa de perder detém, não conseguimos encadenar todos eles. Umdia depois, o climamudou e nossa linha tornou-se uma queda de água gigante....a montanha ganhou. Apesar das cordadas altas parecerem secas, a parte baixa da parede foi enfeitada com grandes cachoeiras. Dai o nome Pedra Riscada. Tiramos o dia de folga e fomos dar uma olhada em um grupo de amigos que estavam tentando outras linhas. Como estavam bivacando na rocha, passaram alguns momentos molhados, mas todos conseguiram descer com segurança e o dia foi finalizado com uma boa cerveja. Éramos 25 escaladores, em quatro grupos, em vias. Inimaginável ter algo assim no Brasil!
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