Revista Montanhas Edicao Nº 4 - Agosto 2015

Por Flora Zugaib Difícil escrever sobre este setor sem falar um pouco da nossa história pessoal relacionada a ele. Anita, minha mãe, foi morar em Tiradentes em 2008 e em 2011, sabendo que na região havia escalada, contatei o único escalador local que achei e marquei encontro em uma praça. Depois de três horas esperando, vi que tinha levado bolo. Em 2012 contatei uma escaladora local, pensando que meninas não furam. Engano meu. Novamente levei bolo. Em 2013, fui com meu parceiro e namorado Tomi e decididos que iríamos escalar. Como e onde, não sabíamos, mas íamos. Nessas horas nada melhor do que rede social. Entramos no grupo Lenheiro e escrevi que estávamos na região e querendo escalar. Enquanto esperávamos uma resposta do post fomos até a Cachoeira do Bom Despacho, município de Santa Cruz de Minas, local que tínhamos avistado do ônibus. Fomos e fizemos vários boulders, não sabemos se já abertos ou não, mas deu para se divertir. Na rede social, a primeira pessoa que nos respondeu foi Claudio Matsuzaki. O ponto de encontro era na casa da Fabíola Miranda, também escaladora. Neste momento já éramos seis escaladores e entre eles, havia o Webert Resende ”Beto”, que já havíamos conhecido na serra do Cipó. De lá seguimos juntos para o Cemonta, só para deixar o carro, pois o objetivo era a Pedra da Ave Maria. No caminho ficamos maravilhados com o que vimos. Fora o lugar ser um cerrado lindo, vímos uma quantidade imensa de blocos de quartzito e fomos perguntando “Ali tem Boulder?” O pessoal dizia não. A pergunta e a resposta se repetiram várias vezes. Entramos nas vias, curtimos demais o estilo e a rocha. No setor conhecemos os irmãos Pablo Veloso e Paola Gonsalves, ela fotógrafa. Os dois, moram na esquina da casa da minha mãe, mundo pequeno. No dia seguinte Beto nos apresentou boulder já abertos, por ele inclusive, e começamos a abrir novos boulders francos, linhas limpas, sem aquilo A grande descoberta não pode ou boulder emendados. Cinco dias depois chegaram Carlera e Paulinha, grande amigos e escaladores fortes e Crhistian e Ayla. Juntos abrimos bons boulders. Em setembro de 2014 voltamos de ônibus e três crashs, sabendo bem o que íamos encontrar, sendo que fomos para abrir novas linhas. Novamente com a super parceria com o Beto, abrimos todos os boulder citados. Desta vez fizemos questão de fazer um croqui “roots”, para a informação não se perder. Como sabíamos que mais cedo ou mais tarde viriam outros escaladores, assim eles iriam se achar e não iriam abrir um boulder em cima do que já tinha sido aberto. Nesta modalidade é difícil saber, pois não fica nada só magnésio que a chuva lava . Nesta ida também conhecemos o setor Pedra Negra com várias vias. Tomi mandou a “Atividade Paranormal9a/b”, via do Beto até então projeto e escalamos no Lenheiro a via “A Profecia 9a/b” onde Tomi fez a segunda ascensão, um clássico deste setor. Apesar da dificuldade de escalar no local pela primeira vez, só temos a agradecer ao Beto, muito parceiro nas aberturas e aos amigos que fizemos, nos receberam super bem. Ganhamos uma família mineira! Nestes locais a vegetação por ser cerrado é muito seca, por isso é preciso um cuidado redobrado com fogo. A fauna é exuberante, o show maior é das aves e flores, vimos diversos tipos de pássaros, inclusive tucano e papagaio. Agradecemos ao Claudio Matsuzaki, pelo cuidado conosco; ao Beto pela sua parceria nas aberturas, movidas de blocos, caronas de moto, mosquiteiros, talheres...E risadas e cumplicidade; a Fabiola, pelas risadas e ótima companhia; Carlinhos pela boa vibe e serenidade; Klauss por vir de BH provar os novos lances e dar sua importante opinião e pelo trabalho com o guia/croqui; Paola pelas lindas fotos; ao Pablo, pela carona e prozas; e a Quatro Ventos e Flor Roupas Esportivas, Campo Base l, Alto Estilo e Capituva Agroflorestal. 34 | REVISTA MONTANHAS

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