Revista Montanhas Nº 3 - Outubro 2014
48 | REVISTA MONTANHAS ssa forma diferente de olhar o esporte tem trazido ótimos resultados, pois ao aliarem conduta só- cio ambiental partici- pativa e trazer lucros diretos e indiretos ao C i p ó a comunidade de esca- lada passa ter mais voz ativa junto aos poderes públicos e sociedade, mas ge- ram consequentemente o compromis- so de serem guardiões dos locais de escalada, onde fica clara a troca, e para que a mesma continue sendo salubre é necessária uma atuação continua e for- te desse grupo. Tudo isso pode ser algo ainda novo, mas que veio com certeza para ficar, como já acontece em vários lugares no exterior, onde empresários investem neste conceito de explorar comercialmente um local de escalada e ao mesmo tempo tomar conta para que o mesmo não seja degradado, pelo contrário, a maioria dos locais de escalada precisa de uma manutenção e zelo constante, e para que isso acon- teça é necessária à intervenção de pes- soas engajadas em fazer esse papel. É claro que nem tudo são flores, em feriados é grande a concentração de escaladores nos setores, tanto que é difícil de conseguir vagas nos abri- gos que ficam lotados, mas nem por isso se veem trilhas mal cuidadas, pelo contrário, o que se vê são vias interdita- das por conta de ninhos, não importa se a via é uma das mais visitadas ou a queridinha do setor, quando há ninho de pássaros é colocada uma plaquinha na entrada da mesma informando sua interdição, e todos respeitam isso. Não se vê um lixo sequer nas trilhas, muito menos trilha demasiadamente asso- reada, em alguns setores é possível se ver a contenção da flora. Há quem reclame de alguns escaladores mais entusiasmados que aos berros passam betas aos seus parceiros nos setores ondem se concentram as vias mais es- portivas, mas são tantos setores que é possível se caminhar um pouco mais e escalar em um setor em total silêncio. Com certeza o Cipó um lugar para to- dos os gostos, e entusiasmos a parte, o que se vê por lá é uma vontade imensa de se escalar, o que se vê são pessoas prontas para receber e hospedar os praticantes, uma energia maravilhosa- mente boa de estar lá. Essa nova visão empreendedora da escalada vem gerando bons frutos, e já existem empreendimentos de esca- ladores fora da área de hospedagem, alguns estabelecimentos gastronômi- cos, artesanatos e guias, uma vertente voltada ao público da escalada que só cresce, explorando os diversos nichos que cercam os inúmeros montanhis- tas que vão ao Cipó, como é o caso do montanhista carioca Eduardo Barão que em 2007 trocou as paredes do Rio de Janeiro e hoje mora lá e é proprie- tário do Abrigo Cipó juntamente com sua esposa, a mineira Rafa Discaciati, um casal apaixonado pelo esporte e que como eles mesmos dizem, resol- veram unir o útil ao agradável, escalar e viver da escalada. Essa fama de receber bem e estar pronto para atender os visitantes vêm ganhando o mundo. É comum en- contrar por lá escaladores de renome mundial que não hesitam em colocar no seu roteiro de viagem uma estadia para escalar nas paredes de calcário da Serra do Cipó. A escaladora Curitibana Francine Borges, junto com o esposo Um olhar diferente
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