Revista Montanhas Nº 3 - Outubro 2014

T oda conquista necessita de logística, seja ela qual for sempre será necessário estar preparado para o que der e vier, quando essa conquista é em uma grande parede e ainda por cima em outro país, com certeza além da aventura em si, essa conquista renderá boas histórias e momentos únicos. É dessa forma simples e direta que pretendo contar aqui para a Revista Montanhas como foi passo a passo a conquista dessa belíssima linha no Chile. Dia 19 de fevereiro, por volta das 16h eu, Hillo Santana e Daniel Arcifa embarcamos no Aeroporto internacional do Rio de Janeiro com destino ao Chile. Ao chegarmos ao aeroporto de Santiago, aproximadamente às 20h50 ficamos detidos por 2 horas, depois que nossas mochilas e haulbags passaram na esteira de Raio X com 4 kg de feijão preto (poroto negro em espanhol). Não pagamos multas, mas este trâmite consumiu boas horas, e tudo isso por causa do traficante de feijão conhecido como Daniel Arcifa, que pretendia fazer uma feijoada na montanha e havia se esquecido que não podia viajar com sementes. Depois de resolvido o trâmite do feijão e assinado vários documentos fomos liberados. Pegamos um táxi às pressas, no qual o taxista disse que a bilheteria da rodoviária estaria aberta naquele horário. Deixou- nos próximo à rodoviária e foi embora rapidamente, minutos depois soubemos que a bilheteria estava fechada, o taxista mentiu pra não perder a corrida, mas tudo bem esse era o seu ganha pão. Sem condições de continuar viagem fomos até o Hotel Íbis, próximo da Rodoviária, e adivinha, não tinha vaga, estava lotado. O jeito foi tentar bater um bom papo com o gerente pra ver se existia a possibilidade de ficarmos sentados na recepção até as 5h da manhã, horário em que a bilheteria da rodoviária inicia as vendas das passagens, não teve acordo, ele disse que não poderíamos permanecer no local. O jeito foi procurar outro lugar, um posto de gasolina próximo, afinal de contas não somos de desistir diante de pequenos percalços. O posto era um lugar perigoso com frequentes assaltos a mão armada e com faca segundo informações. O jeito foi revezar, fui dormir no chão e o Daniel ficou acordado fazendo minha segurança e a das mochilas com equipamentos sem feijões. Quando consegui dormir o Daniel me chamou desesperadamente Hillo! Hillo! Hillo !Hillo acordei assustado e vi que duas pessoas vinham em nossa direção nesse momento o táxi que havia nos deixado na rodoviária chegava ao posto para abastecer e os dois estranhos entraram na loja de conveniência. Voltei a dormir. As 6 da manhã já estávamos a 16 | REVISTA MONTANHAS

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