Revista Montanhas Nº 2 Janeiro de 2014

TESTES E MEDIÇÕES A grande dúvida era em relação à comparação real entre as paradas. Ela foi testada em duas sequências: Primeiro para comparar a divisão das forças entre as ancoragens para cada montagem da parada. Depois para avaliar o tranco adicional no caso da falha de uma ancoragem. No teste caiu um dummy de 80kg de 3m acima da parada (altura da queda igual a 6m), que foi posicionado 1m ao lado da parada. Nas ancoragens mediu-se a curva da força ao longo do tempo. Foram utilizadas fitas novas e lisas de tecido misto. RESULTADOS A divisão das forças na Parada Auto Equalizada deu uma relação de 5:4, ou então 59:45 com um ângulo de 30º. A Parada Sequencial resultou em uma divisão de 3:2 (resp. 62:42), e o Triângulo Fixado a divisão de 2:1 (68:35). Ou seja, a diferença entre uma Parada auto equalizada e uma Parada Sequencial é muito pequena. O Triângulo Fixado é um pouco pior. No caso da falha de uma ancoragem, o escalador continua sendo freado pelo freio di- nâmico, que limita a força aplicada. Mas o segurador cai de forma estática na parada. Qual será o tranco desta força adicional nos cenários? O teste consistiu em uma peça com ruptura definida a 0,1kN (100kg), inserida em uma das fitas. O dummy caiu de uma altura de 2,5m (altura total 5m). O segurador tinha um peso de 65kg. Os dois caíram no grampo restante. O freio escolhido foi o Nó UIAA. Emum triângulo com lateral de 60cm, o trancomáximo no grampo restante, no caso da Parada Auto Equalizada, chegou a 4,3kN. Comuma Parada Sequencial, o tranco chegou a apenas 3kN, parecido com o valor do Triângulo Fixado. Esta diferença é plausível, já que a ruptura de um dos grampos significa uma queda adicional na Parada Auto Equalizada, enquanto nas outras soluções, ela ocasiona um pêndulo. O tranco maior devido a uma queda na Parada Auto Equalizada pode sobrecarregar as ancoragens restantes. Já a Parada Sequencial poupa as ancoragens, aumentando a chance de sobreviver. MEDIÇÕES COM FALHA DE UMA ANCORAGEM RESUMOTOTAL Para paradas com ancoragens sólidas, a montagem sequencial com corda ou fita é a melhor solução. Emparadas com ancoragens duvidosas a melhor solução é a montagem sequencial ou o triângulo fixado, pelo bom compro- misso entre distribuição das forças sem aumentar o tranco no caso da falha de uma ancoragem. Onde se usammais que duas ancoragens a parada sequencial é a melhor montagem. 78 | REVISTA MONTANHAS