Revista Montanhas Nº 2 Janeiro de 2014
Oque fazer quando não há possibilidade demontarmos uma parada dupla? Como podemos reduzir a força de uma eventual queda no único grampo ao qual estamos ancorados? A primeira preocupação deve ser a eliminação do fator 2. Isso é fácil de ser feito, basta o escalador que está guiando passar do local onde ele pretende montar a parada, subir mais um grampo, costurar este grampo e finalmente pedir ao assegurador para baixá-lo até o grampo anterior. Essa configuração apresenta algumas vantagens: PARADAS SIMPLES A cordada fica sempre presa em dois grampos. Elimina um problema que ocorre quando se utilizada costuras direcionadoras: na queda, o assegurador é puxado contra a parede, se machuca e ainda corre o risco de soltar a corda para se auto proteger, deixando o guia desabar. A solução é especialmente prática em cordadas que revezam quem irá guiar o próximo trecho. Neste caso, apenas é necessário prestar atenção e inverter a costura acima da parada, já que será o outro escalador é que irá guiar. Claro que também há desvantagens: em vias com grampeação longa é impossível fazer isto, e mesmo em grampeação curta o esticão é reduzido significativamente.Outra solução é usar o “ Nó de Munter ” (Nó UIAA) diretamente no grampo. Experimente! É até confortável quando o assegurador fica próximo ao grampo (facilita o manuseio)! Mas como esta forma consegue reduzir o impacto na única proteção? A resposta é simples: com a segurança sendo dada diretamente na única proteção, em caso de queda do escalador que está guiando, deixa de existir o “efeito polia” que seria gerado caso houvesse uma costura direcionadora (por exemplo). Para saber mais sobre o “efeito polia” visite o link: http://goo.gl/53uHUc Entre as vantagens podemos destacar: • O assegurador fica livre de qualquer impacto, sem risco de se machucar ou soltar a corda. • Isto é especialmente importante quando o guia é mais pesado que o assegurador (acima de 25% a mais). • Uma suposta queda será mais curta, já que o assegurador não levanta voo (mas também menos amortecida). • A principal desvantagem é o “enrolamento”da corda, inevitável quando se utiliza o Nó de Munter (Nó UIAA). A figura a seguir apresenta à direita a forma comum, com freio no corpo e costura direcionadora (o tipo de freio não importa). Quando acontece uma queda, há duas forças puxando o grampo para baixo: o escalador de um lado e o freio do outro. O grampo, portanto, precisa segurar duas vezes a força (até uns 7kN com freio dinâmico, até uns 9kN com um freio estático como o grigri, cinch,etc..) Do lado esquerdo vemos a situação com o freio colocado diretamente no grampo: a força do escalador é transmitida apenas ao grampo, limitada pelo freio (máximo de uns 3 kN). Não há mais duplicação de forças! Lembre-se que esta solução não funciona com o ATC (nem com o freio“oito”), já que estes freios não travam quando tracionados para baixo. Um freio estático, tipo Grigri ou Cinch, passaria uma força muito superior ao grampo, e por isso não deve ser utilizado. Ou seja, na parada simples, quando é realizada a proteção diretamente no grampo, deve-se utilizar o nó de Munter (Nó UIAA). PARADAS UTILIZANDO MATERIAL MÓVEL Paradas utilizando equipamento móvel, ou simplesmente, paradas emmóvel, apresentam as seguintes exigências: Devemos prever que uma das peças possa sair do lugar, necessitando redistribuir a carga entre as outras, isso deve ser realizado por uma equalização eficaz; Devemos prestar muita atenção na provável direção do tranco – e precisamos fixar um ponto central prote- gendo as peças contra tranco vindo em direções variadas; Economia de tempo e principalmente material são considerações importantes. A solução é a parada sequencial com fita equalizada. A parada montada em forma de polvo (ou craca). Sabe-se que o Nó Fiel pode deslizar quando recebe gran- des forças. Na parada sequencial, este fato é benéfico, já que consome energia e reduz a carga na ancora- gem. Por isso, a corda entre duas peças fica frouxa, para evitar o triângulo mortal. Falta ainda fixar o ponto central para baixo para evitar que um eventual tranco para cima mude as peças da posição: PARADA COM FIXAÇÃO PARA BAIXO 76 | REVISTA MONTANHAS
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