Revista Montanhas Nº 2 Janeiro de 2014

PARADA COM COSTURA DE BACKUP Como a probabilidade de uma proteção fixa se romper é muita baixa, pode-se simplesmente colocar uma costura entre os mosquetões. Em caso de falha de uma das proteções fixas, Essa solução reduz o tranco adicional, mas não o elimina (e é uma opção simples para grampos confiáveis, é bastante popular na Suíça). Claro que não faz sentido juntar as duas ancoragens com uma costura e ainda usar uma fita auto equalizável. PARADA SEQUENCIAL Outra forma de montar uma parada é utilizando a “Parada Sequencial”. Em paradas duplas de grampos ou chapeletas podemos facilitar nossa vida. Partimos da premissa de que uma única ancoragem é capaz de segurar qualquer queda, a outra serve como back-up. A Parada Sequencial pode ser montada de três formas diferentes: Parada Equalizada Bloqueada com Costura Direcionadora PARADA EQUALIZADA BLOQUEADA SEM COSTURA DIRECIONADORA PARADA SEQUENCIAL COM A CORDADA REVEZANDO NA GUIADA O Triângulo fixado (bloqueado) com um nó na fita que fixa o olhal onde o mosquetão base é colocado. Quando uma das proteções fixas se rompe, a proteção restante assume a carga com um leve pêndulo, sem tranco adicional. Das soluções seguras, esta é a mais simples. O nó utilizado pode ser uma simples azelha. Fixar o triângulo utilizando dois nós dá mais trabalho e não apresenta maiores benefícios. Com respeito à diminuição da resistência da fita em virtude do nó, nesta configuração a fita é quádrupla e a força aplicada é muito menor que a sua resistência. Para saber mais a respeito da diminuição da resistência de ummaterial em função dos nós, veja o link: http://goo.gl/Jd5RjB Essa é outra forma de montar-se uma parada, neste caso, a corda ao invés de passar pela costura direcionadora, passa diretamente pelo mosquetão-base, garantindo dessa forma que as forças de uma eventual queda sejam distribuídas nas ancoragens (ao invés de recair apenas sobre uma proteção). Para esse sistema funcionar, se o escalador estiver usando um freio tipo ATC, que requer que a corda venha “de cima”, o assegurador necessita ficar afastado do mosquetão-base, para ter espaço paramanipular a corda e dar a segurança. Isso é fácil de ser feito simplesmente utilizando a própria corda como auto seguro e prendendo-a com um Nó Fiel a uma das proteções, ou usando outro mosquetão e prendendo ao lado do mosquetão base, ou ainda usando seu auto seguro e prendendo-o com um segundo mosquetão ao lado do mosquetão-base. Na montagem clássica, com a cordada revezando, a corda é fixada em um grampo usando um mosquetão e um Nó Fiel. Ela segue até o segundo grampo onde é fixada da mesma maneira, formando assim um back-up. Esta montagem ganha pela simplicidade e economia, especialmente quando a cordada se reveza em guiar. Ou seja, o guia que chega na parada se ancora commosquetão e Nó Fiel. Este mosquetão serve também para colocar um freio auto blocante (ex. Reverso, ATC Guide). No segundo grampo ele clipa outro mosquetão e passa a corda com mais um Fiel. E aqui ele pode colocar a costura direcionadora. O segundo grampo deve ser na direção aonde segue a via. Idealmente, ele é mais alto que o primeiro. O que aconteceria no caso de uma queda? Toda a força é aplicada no primeiro grampo. No caso (improvável) da ruptura, todo o sistema recai sobre o segundo grampo. O inconveniente dessa forma de montar a parada é que os escaladores podem ficar afastados demais da parada e terão bastante dificuldade de agir em caso de resgate. Como curiosidade valedizer que, noBrasil oNódeMunter é conhecido tambémcomoNóUIAA . EsseNó recebe estenomedevido ao guia suíço Werner Munter, que popularizou seu uso no montanhismo. Ele também é conhecido como Nó HMS, abreviatura do alemão Halbmastwurfsicherung, que significa “Nó meia volta-de-fiel ou meio-fiel”, desnecessário dizer que o Nó de Munter deve ser utilizado com ummosquetão tipo HMS ou qualquer outro mosquetão com trava. 74 | REVISTA MONTANHAS

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