Revista Montanhas Nº 2 Janeiro de 2014

MONTAGEM DE PARADAS E EQUALIZACOES ANTIGOS E NOVOS METODOS A intenção de fazer este artigo surgiu em função da grande quantidade de dúvidas e erros de procedimentos que invariavelmente acabam sendo comuns. N esse artigo, “ponto de reunião”, “parada”, “belay station”são todos sinônimos para uma montagem, de um ou mais pontos de fixação à rocha (usando peças fixas ou móveis), no qual o escalador que está assegurando o líder da cordada (ou recolhendo a corda) se ancora, passa a corda, etc... E como o assunto são pontos de reunião, antes mesmo de começarmos a abordar os diferentes métodos, cabe uma pergunta: Porque eles são necessários? Porque montamos paradas? Aqui no Brasil grande parte das paradas são duplas, utilizando-se de proteções fixas do tipo chapeleta ou grampos “P”. Antes de entrar em detalhes vamos resumir o que é importante em uma parada: Segurança: A segurança precisa ter uma certa margem, tanto para a queda do guia quanto do participante diretamente na parada. Estabilidade: no caso da queda do guia (tranco para cima), a parada precisa ser estável e não pode puxar o participante para cima contra a parede (se protegendo ele largaria instintivamente a corda). Manuseio: o manuseio da corda deve ser simples. Praticidade: a montagem precisa ser rápida, simples e fácil de visualizar e conferir. O que mais se vê em paradas duplas é a equalização com uma fita, dando aquela volta no meio onde se clipa o mosquetão-mãe (ou mosquetão-base) A intenção é distribuir a força entre os dois grampos independentemente da direção de onde ela vem. Qual é a força que interessa distribuir? Temos o peso dos escaladores, uma queda do participante enquanto o guia está dando segurança, e a queda do guia. Sem dúvida, é a queda do guia o que realmente importa, especialmente quedas de Fator 2. O DAV (Associação Alemã de Alpinismo) mediu que essa força pode chegar até 7kN na última costura colocada, usando um freio dinâmico, e até 9kN utilizando um freio estático (como por exemplo o Grigri da Petzl ou o Cinch da Trango). Grande parte dos escaladores utiliza o ATC para dar segurança. O ATC e similares são freios que funcionam somente com o tranco vindo de cima, não de baixo. Por isso é usual colocarmos uma costura direcionadora (costura de saída) em um dos grampos da parada. TextoDavi Marski e Hans Rauchmayer Fotos Alexandre L. Citon 72 | REVISTA MONTANHAS

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