Revista Montanhas Nº 2 Janeiro de 2014
município de Pancas fica a apenas 189km da capital do estado do Espírito Santo, a grande Vitória, com aproximadamente 20 mil habitantes, inicialmente ocupada por índios foi colonizada principalmente pelos Pomeranos, povo descendente de alemães vindos de Santa Catarina. Pomerano é uma variedade de baixo-alemão que é falada apenas no Brasil, sendo até hoje a língua materna de muitos habitantes da região. Existem algumas versões sobre o nome Pancas, a mais aceita pelos moradores conta que o nome surgiu do linguajar dos índios que ali viviam, que significa “terra onde a raiz não penetra”, que era o solo pouco profundo que os primeiros agricultores encontraram quando começou o plantio e cultivo do café, cultura que é até hoje o forte da economia da região. Conhecidos por sua hospitalidade em abrigar aventureiros e apaixonados por esportes de aventura, os quais estão acostumados a receber desde a primeira escalada na região que ocorreu em 1959 quando da conquista da Pedra da Agulha (Veja Conquista da Chaminé Brasília) que é um marco na escalada brasileira, a cidade é também considerada um dos melhores lugares do Brasil para a prática de voo livre, e mesmo que ainda modesta em infraestrutura turística devido ao gigantesco potencial da cidade, não deixa nada a dever em gastronomia e locais para camping e hospedagem. Pancas abriga 80% do Monumento Natural dos Pontões Capixabas que foi criado para proteger um dos últimos remanescentes de Floresta Atlânti- ca, uma área que conta com centenas de formações geológicas parecidas com o famoso Pão de Açúcar no Rio de Janeiro, que possuem uma beleza incomparável, tendo algumas delas mais de 700m (Pedra do Camelo) lade- adas de uma vasta e rica fauna e flora que formam um cinturão Inselbergs rochosos em impressionantes 17 mil hectares de muita beleza natural. Pancas A Viagem ependendo de onde se está, o destino inicial normalmente é ir até a capital Vi- tória e de lá ir até a cidade de Pancas, até porque a grande Vitória vale uma visita e por lá também tem boas opções para a prática de espor- tes outdoor, e com as promoções de passagens áreas pode ser uma boa opção ir de avião e não de carro (veja o quadro de distâncias) e locar um ve- ículo ou pegar um ônibus até lá. Essa foi a nossa opção, já que estávamos há mais de 2 mil quilômetros, e leva- ríamos pelo menos quatro dias para ir e voltar, além de diminuir o custo e o tempo indo de avião, encontramos locação de veículo por um bom valor (veja o quadro Betas). Em Vitória vale uma passada para escalar ou visitar o Morro do Moreno, que possui cerca de 40 vias, além de um visual espe- tacular o acesso é muito fácil. O local apesar de muito bonito não possui in- dicações de trilhas e dos setores, sendo um pouco difícil de encontrar sem um escalador local ou um guia, no nosso caso, depois de caminhar por diversas trilhas, contamos com a boa vontade já conhecida entre os praticantes do esporte, onde, ao encontrar um esca- lador que vinha subindo o morro, que foi facilmente identificado como prati- cante, pois subia com uma corda pre- sa a sua mochila, exatamente quando estávamos indo embora do local, José Luiz, médico oftalmologista parana- ense que trocou a capital Curitiba por Vitória e que costuma escalar no fim de tarde por ali. Prontamente nos levou as bases das vias e nos ciceroneou no lo- cal e até escalou com a gente enquan- to esperava a chegada do seu parceiro de cordada Geison Alvim. Já no início dessa fabulosa trip pudemos conhe- cer a famosa hospitalidade Capixaba, sempre prontos a receber visitantes e a ajudar no que for possível. No Morro do Moreno escalamos as vias Bela Vista III 40m e Prato Feito IV 50m no setor da Testa, que recomendamos escalar no fim de tarde para apreciar o belo pôr do sol e a ponte cartão postal que liga Vitória a Vila Velha. Fim de tarde no Morro do Moreno, Vitória - ES Praça do centro de Pancas - ES
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